24.9.18
Eu sempre gostei muito de histórias.
Eu sempre gostei muito de histórias. Quando criança, esperava
ansiosamente por aqueles momentos dedicados a leitura. Lembro bem de uma
querida professora que reservava os minutos finais de suas aulas para nos
contar sobre Bisa Bia, Bisa Bel (de Ana Maria Machado). Hoje
talvez eu falhe em recordar cada detalhe da narrativa entre bisneta e bisavó,
mas consigo lembrar bem da atenção que eu tinha e da raiva (se assim posso
falar) que sentia quando algum colega de turma insistia em fazer barulho e
atrapalhar todo aquele cenário mágico que estava sendo moldado em minha mente.
Naquela idade, eu nem sonhava em trabalhar com essa coisa toda de contar
histórias. O meu único desejo era saber mais e mais. Ouvir o tanto que as
pessoas eram capazes de recitar. Ler tudo aquilo que a biblioteca da escola
poderia me oferecer. Ah, aquela biblioteca que eu chamava de minha quando todos
estavam em férias e eu, bem... eu seguia acompanhando minha mãe enquanto ela
ainda tinha muito trabalho a fazer.
Fiquei mais velha, fiz jornalismo, contei histórias. Algumas felizes,
outras que me fizeram chorar de tanta tristeza, algumas me deixaram indignada.
Ouvi promessas sendo feitas e que nunca saíram do papel. Vi pessoas fingindo,
mentindo, omitindo. Vi pessoas contando certas histórias de maneira que
favoreciam unicamente elas. O ciclo se repetia. Fui cansando mas, ao mesmo
tempo, amadurecendo e enfim compreendendo aquilo que sempre ouvia na faculdade:
toda história tem mais de uma versão.
A verdade é que somos todos personagens de muitas histórias. Em algumas,
assumimos o papel de mocinho, herói ou grande amigo. Em outras, podemos ser
aquele vilão culpado de todo mal causado na vida de alguém; ser aquele dono de
uma inveja imensurável ou também podemos ser aquele coadjuvante com quase nada
de destaque.
Temos que aprender a dar a devida importância para aquilo que ouvimos ou
lemos. Duvidar daquilo que está mal explicado e desconfiar ainda mais
daquilo que está rico demais em detalhes. Temos que aprender a desenrolar nossas próprias histórias, sem nos deixar levar por aquelas são lançadas aos
quatro ventos por aí....
Qual história você quer contar? A sua ou aquela baseada em outros
autores da vida?
Ownttt...me lembro da profe contando essa história 😍😍
ResponderExcluirEu imaginei que você lembraria.. dá até saudades, né?
Excluir